Como é que liberam isso para crianças verem?

Quantas vezes você se questionou se desenhos que via livremente na infância, como Pantera Cor de Rosa, Picapau, Pernalonga, Tom e Jerry, pensando:

– Como é que liberavam isso para crianças verem?

Bom, ainda hoje tem muita coisa inadequada que se libera para crianças.

Aqui em casa, por exemplo, na primeira infância eu proibia Padrinhos Mágicos, Mansão Foster para amigos imaginários, Bob Esponja Calça Quadrada, As Meninas Super Poderosas e outros desenhos que vi e considerei que já nasciam com uma premissa de abandono emocional tão grande que não podiam trazer nada bom em momento algum. Atualmente, minha filha caçula não pode ver atrações como O Incrível Mundo de Gumball, Apenas um show e  Titio Avô.

Outro dia ela estava vendo com o irmão adolescente Teen Titans, a versão para crianças da Liga da Justiça com equipe de super-heróis é composta por Robin, Mutano, Cyborg , Starfire e Ravena. Parei para ver e notei que não tem nada de adequado também, então sentei, conversei com a pequena e com o irmão de um jeito respeitoso com a inteligência e a autonomia deles, e decidimos juntos que não é adequado para ver.

Acha que estou exagerando?

Então observe cenas como esta em que um homem adulto literalmente rasga a roupa de uma heroína adolescente a distância e depois a obriga a olhar para seus piores pesadelos – uma cena que foi comparada com episódios de agressão sexual. O pior? Esse demônio (literalmente) é o pai da personagem.

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“Como a criança ainda está aprendendo o que pode e não pode, ela entende que, se os personagens principais de seus desenhos favoritos estão fazendo, então é permitido”,
explicou em entrevista a terapeuta infantil Ligia Mass (SP)

Ok, aqui conseguimos acompanhar o que assistem, estamos presentes sempre, evitamos o uso de telas sem supervisão e companhia de um adulto.

E quando não tem um adulto junto o tempo todo?

No caso da TV, para proteger crianças e adolescentes de conteúdos audiovisuais inadequados os pais ou responsáveis devem ficar atentos à classificação indicativa. Se discordarem dela, podem reclamar com as emissoras de TV ou com os anunciantes e patrocinadores que financiam o programa. Também podem denunciar ao Ministério Público e às entidades de proteção aos direitos das crianças e dos adolescentes.

(Foto de ECB na Rede)

Na TV aberta, a classificação indicativa determina o horário de exibição dos programas e auxilia os pais a proteger crianças e adolescentes da exposição a conteúdos inadequados, conforme observa o diretor adjunto do Departamento de Justiça, Classificação Títulos e Qualificação.
Obras classificadas como “Livre” e “Não Recomendadas para menores de 10 anos” podem ser exibidas em qualquer horário.
Já as não recomendadas para menores de 12, 14, 16 e 18 anos são exibidas, respectivamente, a partir das 20h, 21h, 22h e 23h.
Na TV paga, a lei regulamentada em 2011 determina que nenhum conteúdo pode ser exibido sem aviso de classificação, no qual é informado a faixa etária à qual o programa não é recomendado.
No entanto, não há restrições de horário para a exibição.

Podemos fazer mais.

A partir de uma denúncia grave que aconteceu no final das férias sobre o desenho animado da HBO Festa da Salsicha, Viviane Pereira, do blog Mãe Digital, fez um especial ensinando a bloquear conteúdo impróprio na TV a cabo.

Veja no update dela:

https://www.facebook.com/plugins/post.php?href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2FMaeDigital%2Fposts%2F1444907478935309&width=500

O caso da Festa da Salsicha é emblemático porque é animação direcionada ao público adulto, com classificação etária de 16 anos, exibida nos canais HBO em horários diversos, mas que deveria passar pelo nosso crivo como pais.

https://www.facebook.com/plugins/post.php?href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2FMaeDigital%2Fposts%2F1443356052423785&width=500

A animação “Festa da Salsicha” conta a história do personagem “Frank, a salsicha, e seus amigos, que tentam evitar de serem comprados e comidos por humanos em um supermercado”. Segundo uma análise do Adoro Cinema, feita pelo crítico de cinema Francisco Russo, o desenho é “escancaradamente boca suja, coloca um sem número de xingamentos e piadas de cunho sexual ou preconceituoso na boca dos próprios alimentos”.

E se não passa por aí, se não há pais presentes 24X7 (24 horas por dia, 7 dias na semana), como disse Vivi no seu post, podemos pelo menos tentar conversar explicando porque nossos filhos não devem ver (é o que fiz sempre aqui com meus meninos, hoje já um adolescente e outro quase adulto, e o que faço com a pequena, de 4 anos) e usar o recurso do bloqueio de conteúdo se acharmos que é o jeito!

Um estudo feito pela organização britânica Internet Matters com 1.500 famílias descobriu que, hoje, 48% das crianças de 6 anos fazem uso de tecnologias como tablets, celulares e computadores. E mais: 41% delas acessam a internet sem nenhuma supervisão dos pais.

Mas Sam, meus filhos só usam o YouTube Kids (aplicativo específico para crianças), que filtra automaticamente conteúdos impróprios.

Que bom saber, mas alguns vídeos podem passar  despercebidos. Li na Crescer o caso da jornalista Laura June, que trabalha para o site The Outline e é mãe de uma menina de 3 anos, e contou que, enquanto procurava um vídeo para a filha assistir no YouTube, se deparou com alguns desenhos falsos de personagens famosos.

Em um episódio falso de Peppa Pig, por exemplo, aparecem porquinhos fumando cigarros e segurando armas. Em outro, um dentista com uma enorme seringa arranca os dentes de Peppa, enquanto, ao fundo, dá para ouvir crianças chorando. Em outro desenho, Mickey, um episódio fake mostra a Minnie cortando a orelha do Mickey fora. 

Eu mesma já ouvi absurdos ditos nos desenhos em que crianças (e adultos) brincam com personsagens e são vídeos liberados no youtube kids porque não têm imagens que ferem os filtros deles. Mas as palavras são inadequadas, os roteiros também.

Um exemplo: os bonecos de Anna e Kristoff, do filme Frozen, já são casados e cuidam de um bebê deles. Neste vídeo há vários momentos de falas e ações que eu não indicaria pra meninas, perpetuando o estereotipo da mulher sobrecarregada e do marido ausente, entre outras atitudes machistas e anacrônicas. 

E para terminar, reforço algumas recomendações gerais da Academia Americana de Pediatria sobre o uso das telas:

– Promova pelo menos uma hora diária de brincadeiras e atividades que façam a criança se movimentar.*
– Deixe claro ao seu filho o limite de uso diário de cada equipamento com tela.
– Não permita que a criança durma com tablet ou smartphone por perto.
– Ensine a criança a evitar uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
– Desencoraje o uso de eletrônicos enquanto a criança faz tarefas escolares.
– Estabeleça momentos em família como “livre de telas”. Pode ser, por exemplo, o jantar em família, para estimular que todos conversem.
– Converse sobre bullying virtual com seu filho e ensine sobre os perigos da internet.

😉

*Na época dos meus filhos, que nasceram antes das telas na palma da mão, a recomendação era “1 hora de telas por dia”. Hoje é “uma hora diária de brincadeiras sem tela”! Pra pensar!

7 comentários

  1. Caramba, olha você é uma pessoa extremamente esagerada, ate parece que vc não foi criança, e quando era pequena não podia sair de casa e a única coisa que tinha era sua Tv para ver desenho divertidos, e desenho nunca enfluienciou ninguém oque enfluencia e a imagem do pai e da mãe , as brigas discussões como o irmão age isso tudo resulta para inspirar o irmão caçula pq o caçula sempre vai querer ser como o irmão mas velho, vc esta fazendo tempestade em copo d’água achando que edução e proibir desenho, desenho e livre para o público pq tem pisicologos que viram e analisaram que não teria problema uma criança ver aquela animação maluca e sem sentido , pq não tem influência alguma , as influência vem da vida real de vc é do seu marido uma lutinha das meninas super poderosas não seguinifica nada ela só quer ver se seu herói prefeirido vai conseguir derrotar o vilão pq ela tem enjuniadade , e vc sabe muito bem oque e isso pq vc já foi criança , e se desenho te afetou moça sinto muito mais não são seus filhos que precisa de ser privados de animação infantil por mais que as vezes sejam pesado, é vc que precisa por ser tão traumatizada com coisa banais e fútil , por favor me responda , quero sua opinião

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  2. Ai, “amiga”
    Eu sei muito bem que uma coisa não anula a outra, mas a maioria desses desenhos eram passadores épocas diferentes, onde eles ou não tinham considerações com publico infantil, ou a classificação não eram bem analisadas, mas algumas das classificações vão de acordo com os canais que exibem o programa (algumas não), mas fala pra mim, seus filhos vêem novelas? Pq não são pra crianças, ate mesmo as novelinhas “infantis” que passam nos canais fechados e abertos (do titio Silvio santos tbm).
    Se você criar bem seu filho, estiver presente pra ele, na educação dele, ensinar a ter ética e moral, o certo e o errado, basta confiar no que você o ensinou, que ele saberá muito bem como reagir a cada situação (o que fazer, saber quais escolhas tomar, diferenciar ficção de realidade), pq ao invés de proibir, você não separa um tempinho para assistir junto ao seu filho e ir explicando à ele as coisas sobre o que vocês estão assistindo, pq ver ele verá em qualquer lugar, basta que você como responsável por ele (mãe, pai, avó, avô, guardião), tenha dado uma boa educação à ele, uma boa moral que ele saberá diferenciar as coisas e mesmo que ele se desvie um pouquinho, se você estiver ali por ele, pra ajudá-lo a reencontrar o caminho certo, tudo ficará bem. Soltem certos programas que não são para idade dele que ele deve esperar a idade certa pra poder ver, basta que você explique isso à ele.

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