Anamaria Mendes reviveu um texto antigo dela sobre bullying na Educação Infantil e vi um link com a história que vivi com meu filho no Ensino Fundamental 1 lá no rodapé. Me fez reviver algumas coisas e decidi também trazer para cá esta experiência, orando para que ajudei outras familias!
http://www.maecomfilhos.blog.br/2017/10/bullying-na-educacao-infantil.html
Creio, sinceramente, que todos os pais buscam a mesma sensação sobre a escola: ver o filho feliz, seguro de si, animado e encantado com as descobertas do aprendizado.
Vivi isso com meu filho mais velho – que neste ano de 2017 completa o Ensino Médio – de uma forma nova porque ele, que sempre foi um excelente aluno (já contei que ele se alfabetizou sozinho aos 4 anos e tem sido autodidata em boa parte de sua vida escolar), descobriu novos valores nos professores e novos interesses em comum com os colegas depois de um ano sofrendo bullying na escola. Era o ultimo ano do Ensino Fundamental 1, o que a gente chamava de quarta série e hoje envolve o quinto ano letivo, das crianças com 10 e 11 anos.
Na imagem abaixo tem o link para quem quiser saber em detalhes como nós temos trabalhado com a escola esta situação tão frequente na educação.
Fizemos nosso relato à revista Sou Mais Eu! (da Editora Abril) e estamos na edição 221 (de 10/02/2011) em artigo que tem comentários da Super Nanny Cris Poli sobre nossas estratégias para vencer os maus tratos dos colegas da escola.
Na época, minha escolha foi consciente:
Eu acreditei na escola e insisti, mas foi necessário ter muita confiança na relação com a direção.
E a partir daquela experiência pública, por um tempo fomos símbolos deste tipo de situação!
Faz tempo que não trago este assunto à tona no blog, mas a situação na escola em Goiás fez todo mundo considerar que valia a pena tratar de!
Não sei o que falar para as famílias, desde a do menino que atirou, aos que se morreram ou se feriram, tampouco a quem tem filhos estudando naquela escola! Mas sei que nestes momentos, devemos deixar uma mensagem de humanidade, de conforto e uma esperança na mudança.
Deixo aqui meu review de um livro que me pareceu um bom começo para pais e professores pensarem sobre este fenômeno.
É ponto pacífico que o bullying, em especial o escolar, sempre existiu, mas ele tem uma nova arma que é o espaço virtual e, pior, o espaço das novas mídias. Criar comunidades de quem ama ou odeia um colega ou professor é uma brincadeira que começou no (finado) Orkut e que tem consequências complicadas quando transportada para outros espaços, como o Facebook.

Conversei há algum tempo com um colega jornalista que me contava que o sobrinho foi vítima de bullying num grupo do Facebook e que, por conta das regras do espaço, ninguém (nem mesmo a família, a escola, o próprio “criador” da comunidade) consegue apagar. O motivo? Os grupos são comunidades com vida própria e eles só podem ser apagados quando todos os participantes sairem. E o criador da comunidade tentou fazer a “brincadeira” com um perfil fake do qual ele não lembra mais a senha. Resultado: embora a escola e os pais dos alunos tenham se unido para resolver a situação, até que o menino consiga entrar no perfil fake e sair da comunidade, ela continua lá, viva, mostrando a todos sua intolerância à diferença, sua indelicadeza com o próximo, sua dificuldade de conviver com os colegas.
Pensamos que o bullying é uma brincadeira de criança, mas na verdade é o reflexo dos valores e dos comportamentos que nós todos, como sociedade (e a família é o primeiro núcleo social, lembram-se?), incutimos nestas crianças ao longo de suas vidas. Se somos intolerantes ou se não os ensinamos a serem tolerantes, o exemplo e a omissão são suficientes para que eles ajam sem pensar, por impulso, repelindo o diferente e atacando quem lhe incomoda. E neste caso, tanto o agredido quanto o agressor precisam de nossa atenção para que possam se desenvolver e se tornarem boas pessoas, íntegras, justas e capazes de construir colaborativamente um espaço social melhor.
E o Manual Antibullying?

Gostei muito da publicação da Editora Best Seller que traz informações realmente práticas, objetivas e exemplos palpáveis de casos de bullying brasileiros (raro, pois a princípio os cases que víamos eram estrangeiros) e sem parecer uma colcha de retalhos nos dá, em capítulos separados, guias para nos colocarmos no lugar dos pais, dos educadores, dos agredidos e dos agressores. O livro enxuto me parece “caber melhor” no orçamento e na agenda do professor médio brasileiro, tanto quanto a forma prática como o autor coloca boxes com resumos dos capítulos facilita a fixação e o repasse das ideias. Não descarto a leitura de obras mais densas (como Bullying, Mentes perigosas nas escolas, da médica Ana Beatriz Barbosa da Silva, Editora Fontanar) para quem está vivendo a situação de forma extremada e que é fundamental para todos os diretores e orientadores de escolas do Brasil, mas me arriscaria a dizer que o Manual Antibullying poderia ser um bom começo para o professor se iniciar na teoria deste tema que ele já vive na prática.
P.S. Aqui tem uma série de posts sobre o tema, inclusive os dois que explicam porque eu tenho tanta ligação pessoal com o assunto: Como vencemos o bullying na escola e Violência nas escolas.
Como tem sido por aí sua relação com os professores e a relação das crianças com os colegas?
Sobre o caso em Goiás, deixo alguns olhares:
[…] Como vencemos o Bullying na escola – um relato e uma dica de livro […]
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