O primeiro mito da maternidade quebrado para mim foi que amamentação é algo exclusivo da mãe. Que é a única coisa que o homem não pode fazer. Escutei isso se muitas amigas, li isso em basicamente todos os lugares. E eu sei que eu tenho o leite, mas é foi meu marido, o pai do meu filho, que me ensinou a fazer a “péga”. Também sei que é um momento de conexão entre mãe e filho, mas no nosso caso, foi Tiago quem faz essa ponte. Meu marido foi o primeiro a pegar Benjamin no colo, foi também quem passou as primeiras 24 horas de vida do Ben junto dele. Foi Tiago, que além de marido e pai do meu filho é o meu melhor amigo, que fez com que eu não desistisse. Ele me ensinou que eu poderia pegar a mãozinha do Benjamin pelo vidro da incubadora, fazendo eu perder o medo e me apresentando oficialmente ao nosso filho.
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Na hora da sede louca, ele tem a garrafa d’água de prontidão. Quando eu chorei, dizendo que a dor da cirurgia estava muito forte, ele me olhou e me acalmou, me fez carinho e de forma mansa e forte me lembrou que conseguiríamos superar juntos.
Olho para o Ben e sei que ele é a coisa mais louca, mais linda e mais sentida que já fizemos nessa vida. Hoje Benjamin faz 20 dias e tudo ainda é recente demais. Todo dia é um aprendizado. A licença paternidade acabou com poucos dias de vida do Benjamin, mas antes de voltar ao trabalho, Tiago conseguiu me explicar como fazer a péga, finalmente. E ainda somos parceiros de madrugada, nem que seja para ele ficar no tapete do quarto deitado olhando eu e Benjamin ficarmos cada dia mais grudados e afinados.
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Eu não sei qual é a realidade de cada uma. Se é mãe solo, se o pai não é presente, se o pai tem medo de ajudar ou se simplesmente não sabe como ajudar… E também não é minha intenção ditar regras, só compartilhando mesmo o que tem funcionado por aqui. Sei que nessa fase inicial, há muito sim o que o homem pode fazer. O protagonismo continua sendo da mulher, sim. Mas ninguém estrela um show sozinha, não é mesmo? Então, pais: saibam que há muito que vocês podem fazer, não se fechem, não fiquem com medo, não se excluam desse momento tão bom e único. Nem que seja para ficar do lado e dizer para a mulher que está ali só de espectador deslumbrado, lembre-se que há diversas formas que você pode ajudar.
Nota da editora:
Outro dia fiz uma conta: amamentei por 67 meses. Sério, com três filhos, aleitados em livre demanda e em aleitamento prolongado (cerca de 2 anos cada), a soma assusta. Mas para mim parece o mínimo (o ideal? quem saberá dizer o que é ideal?) do que eu QUERIA fazer como mãe. E contei MUITO com meu esposo, pois não somente esta parte da construção da nossa família foi uma decisão conjunta, mas todos os cuidados com nossos filhotes foram divididos na medida da nossa possiblidade, da nossa vontade e da nossa capacidade. Meu marido brinca que a única coisa que não fez foi amamentar. O restante, ele fez como a Sara contou acima que o Tiago fez e, algumas vezes durante a gestação do Ben, Gui deu essas “dicas” para o amigo.
Não vou encher aqui, mas tem alguns textos meus contando disso. E eu indico em especial dois que fiz para a SMAM:
Dicas para se preparar para amamentar
http://www.avidaquer.com.br/dicas-de-aleitamento/
Mamãe, a gente vai mamar? Meu relato para #smam sobre o aleitamento prolongado
http://www.avidaquer.com.br/smam2015/
E vale muito, muito, muito, lembrar que nem todo mundo consegue, pode ou quer amamentar e que essa decisão/escolha deve ser respeitada e acolhida com amor:
http://www.avidaquer.com.br/divinizacao-do-leite-materno/
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