Hoje estreia Odisséia, cinebiografia do oceanógrafo, escritor e documentarista francês Jacques Cousteau, filme que traz Lambert Wilson (que conhecemos de filmes como Matrix e Homens e Deuses) no papel do comandante, dos 37 aos 70 anos, reproduzindo os momentos mais icônicos da vida de Cousteau, seja chefiando expedições pelos mares e experimentando suas invenções ou mostrando seu lado mais controverso, que despertou paixões e ódio ao longo da sua trajetória.
Vi o filme há alguns dias na companhia do meu filho Giorgio. E olhem o que ele disse na saída:
“Você começa o filme achando o cara super legal, ele mostra uma falta de caráter que dá raiva e, no final, a gente volta a torcer por ele”.
Foi (mais ou menos) assim que ele resumiu os sentimentos sobre parte da vida de Jacques Cousteau.
Quem diria, #aos15 não sabia praticamente nada desse cara que foi uma inspiração para seus pais! E, por isso, viu o filme livre de pré-conceitos, de admiração que perdoa, do peso da “obra”. Eu demorei a perder a simpatia pelo comandante (será que perdi em algum momento?) e me deliciei com as imagens lindíssimas, a trilha sonora discreta, mas preciosa, e sobretudo com a interpretação excelente de Lambert Wilson (charmosíssimo como Jacques), uma impecável Audrey Tautou que envelheceu 30 anos quase só com mudanças na postura e “nos olhares amargando e sorrisos em declínio” (como Simone) e Pierre Niney como o filho que permitiu ao pai a ressignificação da sua vida.
Ah, de brinde, achei o “galã francês”, Niney, parecido com meu filho lindo! #mãecoruja totalmente #modeon 🙂
Rodado durante cinco meses e com o orçamento de mais de 20 milhões de Euros, o longa traz belas imagens, desde o ambiente gelado da Antártida até a interação com tubarões das Bahamas. “Foi um pouco arriscado. Nunca ninguém tinha rodado em alguns dos locais onde rodamos. Filmar na Antártida é como filmar na lua”, disse o diretor, em entrevista à France TV. Enquanto norte-americanos e russos brigavam pela conquista do espaço, Cousteau convencia a França a mergulhar no profundo e misterioso universo dos oceanos.
A vida privada de Cousteau está no centro da trama. O oceanógrafo tem dois filhos com Simone, interpretada no longa por Audrey Tautou (O Fabuloso Destino de Amélie Poulain). O mais novo deles, Philippe Cousteau, vivido por Pierre Niney (Frantz; Yves Saint Laurent), é seu cúmplice e algoz. Ao mesmo tempo que eles têm em comum o amor pelo mundo subaquático, os objetivos e métodos para a construção e realização do trabalho divergem, fazendo com que os conflitos sejam constantes.
Philippe era o principal crítico do pai quando o assunto girava em torno do financiamento para seu trabalho. O conflito geracional entre os dois reflete a gênese da consciência ambiental e da preocupação com sustentabilidade, questões centrais do final do século XX.
Os fãs do Capitão Cousteau – que acompanharam suas expedições na TV brasileira através dos programas exibidos pela Rede Globo, Rede Manchete e TV Educativa – e mesmo quem ainda não conhecem sua trajetória fascinante, pode encontrar aqui todos os elementos que compõem esta jornada.
Sinopse:
1948. Jacques Cousteau, sua mulher e dois filhos vivem em alto mar, no grande navio Calypso. Mas Cousteau quer algo além da aventura. Graças à sua invenção de um escafandro autônomo que permite respirar debaixo d’água, ele descobre um novo mundo. Obstinado em suas descobertas, não percebe que afasta a família de si. Seu filho o alerta para as consequências do seu trabalho, e desse conflito nascerá uma cumplicidade capaz de salvar o planeta.
A ODISSEIA (L’odyssée)
Direção: Jérôme Salle
Elenco: Lambert Wilson, Pierre Niney, Audrey Tautou
Ano: 2016
País: França
Duração: 122 minutos
Classificação: 12 anos