Nesse último dia da #SemanaDoAleitamentoMaterno, decidi falar um pouco sobre apoio. Sou mãe do Benjamin, de 7 meses e 2 semanas e amamentei exclusivamente por 6 meses. “Exclusivamente” por que nos três primeiros dias de vida dele, ele recebeu fórmula no copinho na UTI.
Eu tentava dar o colostro para ele, mas ele não tinha força para mamar, eu não sabia como amamentar meu filho.
Durante as 37 semanas de gestação, eu li e ouvi muito sobre como a natureza é sábia e não seria necessário nenhum tipo de preparação para os mamilos. E fiquei confiante nisso. Busquei pouca, praticamente nada de informação sobre amamentação. E o susto foi grande quando eu descobri que, na realidade, bebê que nasce mamando é exceção. Começou aí minha saga.
Na UTI, nem todas as enfermeiras tinham paciência e uma delas, inclusive, disse que “com esse bico plano aí você não vai conseguir, mãe! Se você autorizar, a gente já dá na mamadeira, porque o copinho é ruim para ele” . O pouco de informação que eu tinha era clara: se ele tivesse contato com mamadeira antes do meu peito, as chances da amamentação não rolar eram grandes. Acompanhávamos todas as mamadas dele.
Se eu estava com muita dor para levantar, meu marido ia lá e fazia questão de ver o quanto e como ele estava mamando. E aqui entra a importância do apoio!
Tentamos de tudo! As enfermeiras sugeriram concha e bico de silicone, lá foi Tiago comprar na farmácia em plena madrugada da Avenida Paulista chuvosa. As enfermeiras iam no quarto e era ele quem aprendia a fazer a “péga” certa. Benjamin nasceu às 6h38 do domingo, dia 24/12 e chegamos em casa na quinta, dia 28/12 a tarde.
E essa foi a primeira vez que eu tentei amamentar em casa. Desespero no olhar. Aquela respirada de “tá doendo, mas disseram que não pode doer”.
Instantes depois, meu marido veio, me ajudou e assim foi nossa vida por alguns dias:
No dia 03 de janeiro, ele voltou a trabalhar e eu morria de medo de não conseguir sozinha.
Baby blues bateu forte. Com tudo.
Sabe a história de que o puerpério é tenso? Aqui foi. Mas todo dia eu conseguia evoluir um pouco. Eu comemorava cada mamada e aos poucos a sensação de “meu Deus, é nessa mamada que eu vou morrer” foi passando.
Meu marido foi minha vila, minha tribo, minha comunidade, minha rede. Sem ele eu realmente não teria conseguido.
Ele conversou com a Sam e ela contou da experiência dela com o Gui como pai, marido e apoiador, então Tiago seguiu o manual: trazia água para mim antes, durante e depois das mamadas. Trocava as fraldas do Benjamin enquanto eu passavam lanolina nos mamilos. Aos poucos, minha confiança crescia. A ponto de eu amamentar em pé, na rua, no shopping, no meu trabalho, no meio de um monte de gente, deitada, na poltrona, na almofada.
Se você está grávida e tem o desejo de amamentar: busque informações! Encontre um aliado nessa jornada, uma pessoa que apoie esse seu desejo, que te traga água durante as mamadas, que te ajude, te dê carinho e apoio. Pode ser o pai da criança, sua mãe, sogra, irmã, irmão, pai, amiga… Não tem ninguém?
Internet tá aí, cheia de gente estranha mas também cheia de gebte muuuuuito querida! Procure grupos de apoio a amamentação, de maternidade, perfis de mães que contam as várias facetas do maternar. É possível! E se você tentar e não conseguir – seja por qual for motivo, incluindo de você ver que não quer – tudo bem! Que a amamentação seja possível para quem quer. O vínculo pode e deve ser criado de outras formas.
Por aqui, seguimos. Há 1 mês Benjamin começou a Introdução Alimentar. Deixo leite para ele todos os dias quando vou trabalhar (conto em breve sobre) e continuo em livre demanda quando estamos juntos!
Nota da editora:
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