Vi um vídeo da psicóloga Daniella F de Faria sobre gritos com os filhos. E conta que recebeu alguns pedidos a respeito dos gritos perguntando se funcionam e ela explica:
Os gritos funcionam como um grande susto e dificilmente a criança está compreendendo e até ouvindo o conteúdo do grito. As crianças começam a atender os pedidos somente quando o grito aparece. Isso faz com que cada vez mais esse mecanismo seja necessário, e quando olhamos para a situação, estamos nervosos, gritando com frequência , por questões da rotina comum , questões simples , muitas vezes. Fora isso , como as situações não são compreendidas , o aprendizado não acontece e ficamos presos com as crianças nesse ciclo. É pouco eficiente.
A dica é buscarmos uma comunicação que realmente comunica.
O grito irrita o nosso cérebro, nos coloca em alerta e ataca o sutil equilíbrio das nossas emoções.
E se você se incomodou ou se viu neste assunto, #tamojunto: esta forma prejudicial de comunicação baseada em um tom de voz alterado é muito comum em várias famílias. eu fui criada assim e demorei para perceber como repetia o ciclo com meus filhos!
Algumas reflexões nos ajudam a mudar:
- Reconhecer que geralmente os gritos aparecem quando alguém perde o controle. O estado emocional interfere na expressão da mensagem, distorcendo as informações. Admitir primeiro internamente, para nós mesmos, mas depois, se os filhos são maiores e entender, pode ajudar a gente contar para eles se estamos num final de dia esgotado, por exemplo, e pedir que ajudem sendo parceiros nas atividades para todos podermos descansar cedo!
- Gritar é perder o controle. Se perdemos o controle, perdemos toda a capacidade de orientar adequadamente a criança. Tente evitar chegar neste ponto e, se chegar no seu limite, se dê um tempo de encontrar equilíbrio antes de reagir.
- Evite os momentos estressantes. Às vezes é complexo, mas com um bom trabalho de observação perceberemos se estamos gritando ou não. Dessa forma, quando conseguirmos detectar esse padrão de comportamento, poderemos trabalhar para eliminá-lo.
- Acalme-se antes de agir. Procure fazer algo que o tranquilize quando perceber que está no seu limite. Dessa forma, você evitará perder o controle. Pare por um momento, relaxe e assuma o comando.
- Não se culpe e não se exceda. Tenha cuidado com as expectativas que você cria a respeito dos seus filhos. Não os culpe por não serem da forma como você gostaria. São apenas crianças: o importante é que desfrutem, sejam felizes e se desenvolvam adequadamente.
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Quer entender melhor os estragos de uma rotina de gritos?
De acordo com um estudo da Universidade de Pittsburgh, concluiu-se que esses gritos, especialmente quando são emitidos regularmente, afetam o cérebro da criança e acarretam uma série de riscos para o seu desenvolvimento psicológico.
Esse estudo foi realizado com 1.000 famílias com crianças entre um e dois anos. Os pesquisadores perceberam que as crianças que conviviam com pais que recorriam aos gritos para educá-las desenvolviam na adolescência, a partir de 13 e 14 anos, sintomas depressivos e problemas comportamentais.
As pessoas que optam por gritar, com o objetivo de direcionar ou repreender, estão aumentando o risco do qual falamos anteriormente. Na verdade, por causa dos gritos as crianças desenvolvem comportamentos agressivos ou defensivos.
Na verdade, eles chegaram à conclusão de que o grito não minimiza os problemas, mas os agrava. Por exemplo, no que diz respeito à desobediência, os pais que são carinhosos com seus filhos conseguem minimizar muito esse tipo de comportamento.