Coisa difícil na vida, que aperta o peito e dói o estômago é a tristeza da despedida de quem amamos. Não importa se uma pessoa ou um pet, a separação é um momento muito triste. Este momento chegou para mim e minha amigona Mel. Ontem nos vimos pela última vez depois de quase 14 anos de muito carinho, muita amizade e companheirismo.
Quando ela me viu, mesmo sem andar e sequer levantar a cabeça, ela abanou o rabo e ficou me olhando com um olhar que conheço bem, de alegria, que eu sempre encontrava quando chegava na casa da minha mãe. Só por isso já valeu a pena estar com ela, quem sabe diminuindo um pouco daquele sofrimento que a estava consumindo.
Foi triste mas lindo ver meu filho Heitor sentindo a perda, lidando com essa emoção com carinho, ele fez um desenho pra ela, entregou e chorou pertinho me abraçando apertado ao lado dela. O caçula não entendeu bem, por ser muito pequeno ainda.
Eu tive dúvida sobre deixar eles verem a Mel em estado terminal mas achei melhor verem, porque em casa nós permitimos que as crianças participem dos momentos da família, sejam alegres ou tristes porque acredito que é parte do aprendizado da vida enfrentar as dores e acho que a família é o lugar certo para isto.
Foi lindo também ver meus pais lutando por ela, durante os últimos meses tentando vencer um câncer feroz que veio implacável e em pouco tempo levou nossa “menina”. Minha mãe tentando alimentar, meu pai cuidando de cada novo episódio da doença, eles foram valentes, fizeram tudo por ela. E novamente meu coração se enche de gratidão pelos meus pais, por esse amor gratuito e permanente.
E hoje, depois de tanta luta, o dia amanheceu cheio de saudade, mas ao mesmo tempo de gratidão a Deus que me permitiu viver tantas coisas e ter tantas histórias com um animalzinho tão especial! Tudo valeu a pena. Mel ficará guardada pra sempre neste coração, partido no momento, mas imensamente grato por tudo e ansioso pelas novas experiências que com certeza hão de vir!
@maecomfilhos 